AO DR.JOSÉ QUERIDO

Veio V.Exª aqui falar sobre o imóvel nos “Arcos do Jardim”.
Pelo discurso que tem proferido, também me parece que a AAC-OAF acabará talvez por aprovar a ratificação em Assembleia-Geral, com eventuais emendas, sobre a valorização desse espaço imobiliário.
Francamente o único melindre, aliás injustificado, só pode vir dos accionistas do PROCAC, e de mais ninguém. Diz que não vê que resulte de si qualquer inconveniente, e porque não realizar tal trabalho? Registo com apreço a sua disponibilidade. E quanto a mim quase prefiro que V.Exª vá à Assembleia-Geral do Procac onde pode comprometer-se; aqueles que não são accionistas (como é o meu caso) não se comprometem nem podem comprometer a AAC-OAF.
Como já disse, havia a maior conveniência em que o PROCAC pudesse começar a discutir o assunto. Infelizmente isso não se tem conseguido, porque há ali interesses que se chocam e pretendem fazer-se valer por todos os meios. O Sr. Presidente da Direcção da AAC-OAF, esse sempre teve posição no caso, como é sabido. Eu não tenho ilusões nem mesmo sobre a arteirice que representa com o começar-se a dizer que tem interesse, etc.etc.
Importaria porém muito averiguar se os seus conceitos básicos estão certos. Assim:
- A PROCAC aspira, e talvez com razão, a ser o órgão propulsor a executar essa valorização do imóvel perante cuja necessidade sucessivas tentativas ou esperanças se revelaram frustradas. Fundamento esta opinião no facto da Direcção do Dr. Campos Coroa ter feito propostas concretas ao PROCAC para a definitiva resolução do caso; por ser, ao tempo, Presidente do Conselho Fiscal, o Sr. Vice-Presidente da Direcção para a área do património informava-me que o Sr. Administrador do PROCAC (Sr. Eng. José Eduardo Simões) se mostrava, invariavelmente, insensível ao diálogo, às negociações. Nota: os custos para aquisição do imóvel e respectiva adaptação à “República do Desporto Académico” seriam suportados pela Sociedade Figueira Praia/ Grupo Amorim (Protocolo cujo articulado é do domínio público - Nr. 3 da cláusula terceira).
Por outro lado, como se deve realçar, O Sr. Presidente da Direcção (Actual) da AAC-OAF afirmou em Assembleia-Geral ter “cativado” a importância de 450.000 Euros para a aquisição dos direitos patrimoniais dos accionistas do PROCAC, outros que não a AAC-OAF. Nota: no meu tempo de Presidente do Conselho Fiscal a AAC-OAF era “detentora” de cerca de 35% do capital o PROCAC, salvo erro ou omissão, graças à “cedência” a seu favor das acções de V.Exª e de outros ilustres e bons académicos. Quem já vendeu e por quanto? Não julgo que valha a pena fazer esforços para mais desenvolvimentos, atendendo a que não se precisou, em Assembleia-Geral, se a verba dos 450.000 Euros seria para a aquisição do total do capital ou, tão-só, para se obter os 51%. Qualquer especulação sobre o negócio não pode vir das pessoas que interessam……
Adenda: Sobre os seus comentários a outros assuntos, eu lamento profundamente a série de ditos nada consistentes. Todavia há algo que o comum dos mortais já perceberam, ou seja: é que estamos nos antípodas dos princípios que deve, é minha convicção, presidir a quem assume cargos de enorme exposição pública, o mesmo é dizer: «Não é a função que faz o homem, é o homem que deve honrar a função”.
Neste sentido, cumpri e fiz cumprir os ditames estatutários; sempre adoptei e, creio sinceramente, coloquei em prática que teria que honrar a função e não usar a função. Poderá V.Exªa dizer o mesmo? Desculpe a provável, para alguns, deselegância da pergunta. Mas V.Exª, haverá que o reconhecer, tem ultrapassado os limites do respeito que me é devido, na exacta medida que sempre o respeitei.
Muitos cumprimentos do