Casino na rota dos 120 anos da AAC

Associação Académica de Coimbra realizou uma tertúlia no Casino Figueira, juntando antigos dirigentes e alunos. A iniciativa inseriu-se nas comemorações dos 120 anos da estrutura universitária.

Sabia que o ministro Correia de Campos foi eleito presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC) e que a sua eleição não foi homologada. Não tomou posse porque o regime fascista que então governava o país lhe havia “tratado da saúde”, expulsando-o da Universidade de Lisboa. Sabia que o secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, foi activo atleta de volei e empenhado colaborador da secção de desporto da AAC?

Sabia ainda que Luzio Vaz criou aquele que é considerado o melhor serviço social universitário do país e que António Vigário foi o primeiro presidente da AAC eleito depois do 25 de Abril sem apoio partidário? E também sabia que o cineasta figueirense João Mário Grilo estudou Economia na Universidade de Coimbra e colaborou com a associação académica? E que Rui Alarcão foi o reitor que, após a “Revolução dos Cravos”, mais tempo se manteve no cargo, 16 anos?

Já agora, sabia que o jornalista Carlos Pinto Coelho moderou a tertúlia que a AAC realizou, segunda-feira, com os citados nomes? Acontece que tudo isto ficou a saber-se numa noite em que a estrutura estudantil viu ser descerrada uma placa alusiva aos seus 120 de história, no Salão Caffé do Casino Figueira. Foi a noite em que as diversas “coimbras” dos estudantes estiveram na Figueira. Com fado, de Coimbra, claro, e tuna incluídos.

O peso da história

Paulo Fernandes preside à associação académica mais antiga do país, título partilhado com a universidade que lhe deu o nome. “Obviamente que sinto uma responsabilidade acrescida por presidir à AAC quando ela celebra 120 anos”, revelou, em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS. Responsabilidade que não é (muito) menor em qualquer uma das etapas da estrutura. “Pela sua história, pelas pessoas que por lá passaram, por tudo o que a AAC representa para Coimbra e para o país”, explanou.

O Reitor da Universidade de Coimbra, Seabra Santos, por seu turno, declarou: “a AAC de Coimbra é a segunda escola dos estudantes”. E às vezes, costuma dizer “na brincadeira, é a primeira”. E não tem dúvidas que “existe espírito académico em Coimbra porque existe a AAC”. Paulo Fernandes, Seabra Santos e os tertulianos coincidiram ainda que “existem muitas “coimbras”, pois cada elemento da comunidade universitária tem a sua própria Coimbra. Uma Coimbra que para uns “é uma paixão que rapidamente põe os “palitos”” - segundo Luzio Vaz - e que para outros deixa sempre saudade. Sobretudo na hora da despedida. Foi acerca das diversas formas de se viver a Coimbra da universidade que se debruçou a tertúlia. As comemorações dos 120 anos da AAC, essas, vão continuar a prestar homenagem à maior e mais antiga associação académica do país.

Retirado do Diário As Beiras