Para terminar bem o ano deixo-vos esta deliciosa passagem de uma entrevista, hoje dada à estampa no jornal “O Jogo”, de Tiago Craveiro, Secretário-Geral da LPFP e “braço direito” de Hermínio Loureiro, o ainda Presidente da Liga, sobre a deliberação do Conselho de Justiça da FPF no caso do desempate por média etária mais baixa previsto no Regulamento da Carlsberg Cup.
Diz o dito Secretário: “Temos de a respeitar. Quem está em órgãos do futebol tem de o fazer. Do que tenho a CERTEZA é de que os clubes, se não era esta a interpretação que queriam dar à norma, DEVEM ALTERÁ-LA na próxima época. O CJ não diz que o regulamento está mal feito, diz que o interpreta de outra maneira. Isso significa que não fomos suficientemente específicos e deixámos a interpretação à ARBITRARIEDADE de OUTROS que nunca cá estiveram a construir regulamentos. Se calhar falta lá dizer como”
Perante esta postura, retiro as seguintes conclusões:
Primeiro: Ao lastro da asneira interpretativa do Director Executivo Substituto, Mestre Dr. Orlando de Carvalho, sucede a impenitência do erro e até a sugestão – por parte de quem deveria mostrar-se equidistante – de alterar o Regulamento para o ano, no sentido (pasme-se) de validar a decisão (essa sim arbitrária) da qual a Académica recorreu e que o CJ lhe veio a dar plena razão, isto é, contrariando a jurisprudência agora fixada pelo CJ. Mais do que INACREDITÁVEL, PREOCUPANTE em termos de sequelas e “vinganças” futuras.
Segundo: O dizer-se, que o facto de serem pouco explícitos deu azo a uma interpretação ARBITRÁRIA de OUTROS que nunca cá estiveram a construir regulamentos, revela uma faceta lamentável de algum despeito e despotismo, classificando desrespeitosamente, no sentido de os vulgarizar, eminentes Juízes Conselheiros como os “OUTROS”. De facto estes OUTROS se ali tivessem estado a fazer normas teriam – porque mais nenhum interesse os move – sido suficientemente claros na explanação dos critérios para lhe retirar a subjectividade tão do agrado de alguns títeres que se movimento nos corredores da Liga para poderem interpretar as normas ao sabor do arco-íris das suas paixões ou antipatias clubistas. DEPOIS DO ERRO da Comissão Executiva, o destempero linguístico. ESCABROSO.
Terceiro: Mas, meus caros bloguistas da Briosa, o grave da questão é que, iniciando-se no domingo a terceira fase da Carlsberg Cup não tenha sido divulgado na íntegra o acórdão do CJ. Apenas ontem a Liga no Comunicado 133 saído já noite cerrada, explicita o critério que agora fica bem definido. Como é possível, todavia, SILICENCIAR o texto integral ACORDÃO DO CJ?
Quarto: Talvez a resposta esteja no teor do dito acórdão do CJ que já li e do qual transcrevo algumas partes para que todos possam dele ter conhecimento ainda que parcial. É que, a violência dos comentários do CJ à decisão do Excelentíssimo Director Executivo Substituto, Mestre em Direito Dr. Orlando de Carvalho, são de facto de uma singela, brutal mas adequada virulência que urge dar a conhecer
Respigando passagens do acórdão do CJ, o qual deliberou por UNANIMIDADE – em futebol dir-se-ia de GOLEADA) é possível ler, sem indiferença, o seguinte:
- A entidade recorrida (comissão executiva da LPFP) agiu COM NOTÓRIA FALTA DE RIGOR
- Abriu uma INEXPLICÁVEL EXCEPÇÃO
- Fez TÁBUARASA de uma realidade evidente
- Chegou a um resultado PREVERSO
- A referida tese NÃO TEM QUALQUER SUPORTE LEGAL
- NÃO É PRECISO SER-SE JURISTA PARA O SABER
- O acolhimento de um tal tese reverteria não no uso de um poder discricionário, mas na PURA e SIMPLES ARBITRARIEDADE, uma vez que IMPLICARIA POSTERGAÇÃO da LEI
- O acto recorrido enferma do VÍCIO de VIOLAÇÃO da LEI.
Simplesmente ARRASADOR. Se aquela gente que ainda comanda os destinos da LPFP tivesse um pingo de vergonha na face sairia da Liga pelos seus próprios pés, com o rabo entre as pernas. Mas não, ainda ripostam chegando ao desplante de considerar os Juízes Conselheiros como “os outros”. Deplorável. Mas é o que temos. É, pois, chegada a hora de correr com estes náufragos que se agarram como lapa a qualquer tábua na ânsia da sobrevivência, com os quais o futebol não pode progredir. Aqueles que nem um simples acórdão de uma sua competição que os desautoriza são capazes de publicar. Têm a palavra os clubes. E a Académica terá de estar sempre na primeira linha da defesa dos valores das competições desportistas pela dimensão ética que no durante a sua história centenária marcou sempre uma diferença e lhe fez granjear o respeito e a admiração de uma incontável legião de simpatizantes.
Personalidade do ano , ouro: Domingos Paciência, pelo que fez na Briosa, alcançando esta um prestigiante 7º posto.
Personalidade do ano, Cinzento:José Eduardo Simões pelos muitos processos que pendem sobre ele na justiça, desprestiginando a Instituição a que preside e lançando sobre ele um manto de suspeição .
Acontecimento do ano, ouro : Inicio da discussão dos novos estatutos da AAC/OAF.
Acontecimento do ano,Cinzento:As peripécias na eliminação/ apuramento da Taça da Liga.
Atleta do ano, ouro: Pedro Roma, pela sua aposentação depois deanos a servir, bem a Briosa.
Atleta do ano , Cinzento:Garcês. A falta de profissionalismo tem limites.
Treinador do ano. Ouro: Rui Silva. Pelos muitos anos que deu à casa, pelos miúdos que formou.
Treinador do ano, Cinzento:Rogério Gonçalves.pouco mais de 2 meses de mau futebol e ausência de resultados fizeram que o Presidente desse finalmente o braço a torcer.
Secção do Ano, Ouro : A brilhante carreira da secção de Basquetebol na Liga principal, caíndo apenas nas Meias finais às mãos do futuro campeão nacional. A fazer lembrar outros tempos.
Secção do Ano, Cinzento:Andebol com a descidas aos infernosda 3ª divisão.
«Quero colocar a Académica na rota dos títulos» - João Neto
Um dos mais prestigiados judocas portugueses, João Neto, vai iniciar, aos 28 anos, a carreira de treinador na Académica.
Porém, para concretizar esse desejo que surgiu há, sensivelmente, três anos, o judoca teve de terminar uma ligação que durava há 20 anos com a Associação Cristã da Mocidade, uma vez que «na ACM não havia espaço para me tornar treinador», disse o judoca olímpico.
O convite da Académica surgiu, por isso, na altura certa, e no momento de abraçar esta nova etapa da sua vida desportiva João Neto revela a mesma ambição que o caracteriza como atleta.
«O principal objectivo é ajudar a Académica a conquistar títulos internacionais. Existe uma boa base de formação e com a minha experiência penso que será possível chegarmos ao sucesso», destacou o novo timoneiro do judo do clube conimbricense.
Dezoito anos consecutivos depois, Rui Silva foi, a semana passada, despedido da Académica. O técnico treinava, esta época, os juvenis, que vinham de uma derrota com o FC Porto que afastou a equipa (por quatro pontos) dos lugares de subida. Mas Rui Silva acredita que os resultados não estão relacionados com esta saída. Confessa ao DIÁRIO AS BEIRAS salários em atraso, a paixão pela Briosa, “uma grande mágoa” na hora do adeus e diz ainda que “já havia uma premeditação” para este desfecho, desde que Camilo Fernandes passou a ser o vice-presidente para a formação.
DIÁRIO AS BEIRAS – Foi apanhado de surpresa com esta decisão? Sim, fui. Recebi um telefonema nesse dia de manhã do Camilo Fernandes [vice-presidente para a formação], mas pensei que tinha a ver com outro assunto relacionado com o último jogo. Nunca pensei que tivesse a ver nem com o resultado nem com esta dispensa. Acho que estávamos a fazer um campeonato dentro do que é normal os juvenis fazerem, à excepção da época passada, em que andámos praticamente todo o campeonato no 2.º lugar. A única vez que os juvenis foram apurados directamente para a 2.ª fase foi precisamente o ano passado, mas já tínhamos sido apurados através da liguilha e também comigo como treinador. A equipa estava a mostrar trabalho e continua na luta pelo acesso directo à fase final do campeonato. O calendário favorece nas próximas jornadas, com dois jogos seguidos em casa e a Académica defronta equipas que estão bem abaixo na classificação. Já tínhamos feito contas e conversado com os jogadores e estava bem dentro das nossas expectativas o acesso à próxima fase.
Mas ficou mais esclarecido com os motivos apresentados na hora dessa saída? Não, porque os motivos que me apontaram para a saída foram todos, sem excepção, por mim desmontados, um a um. Não concordei com eles e penso que a razão está nos argumentos que expliquei nessa reunião. O que pode ter havido é uma falha de comunicação, que na altura não valorizei, como um incidente entre dois jogadores e que foi resolvido antes do treino seguinte. Não foi sequer um incidente grave e depois outro, já perto do final do jogo com o FC Porto. O que acho é que todos os motivos não correspondiam à realidade. Fui ainda acusado de ter dispensado um ou outro jogador que podia ter ficado na Académica, mas isso foi falado entre os três, com o Bruno Domingos [coordenador] e o Pedro Roma [director-geral do departamento], e deram-me toda a responsabilidade por isso ter acontecido. Os verdadeiros motivos só o Camilo pode dizer, porque fez questão de frisar que a decisão tinha sido exclusivamente dele. Mas digo que desde que o Camilo entrou e se incompatibilizou com o António Figueiredo [ex-director-geral da formação], as pessoas que estavam mais próximas do António ficaram logo ali... na corda bamba. O André Lage acabou por sair... e eu saio agora a meio da época.
Pela forma como fala, dá a sensação que estava a ser preparada esta situação... Sim, acho que já havia uma premeditação. Não para ser agora propriamente, mas já havia vontade de me afastarem de um lugar de relevo na Académica. E pelo que vim a saber, já depois de ser dispensado, já havia movimentações e reuniões nesse sentido. Havia dois ou três jogadores que, segundo o Camilo, deveriam jogar mais e a equipa técnica não tinha a mesma opinião. Fazíamos rotatividade no grupo e todos os jogadores do nosso plantel já foram utilizados, inclusive quatro guarda-redes. Há uns que, por estratégia nossa, jogam mais do que outros. Não podemos fazer uma rotatividade contra o Boavista igual à que fazemos contra o Lamas ou o Trancoso. Houve miúdos que agarraram as oportunidades e outros que nem por isso.
É verdade que existem salários em atraso? É verdade que a Académica tem tido alguma dificuldade em ter em dia os ordenados dos treinadores da formação. Porque o futebol português não está bem e os clubes ressentem-se disso. Mas acredito que, mais tarde ou mais cedo, tudo seja regularizado, como tem sido ao longo dos últimos anos.
Esta direcção aposta de facto na formação? Como avalia os últimos meses e o apoio que tem sido dado a cada um dos escalões? Em termos de jogadores, a equipa de juniores reforçou-se com atletas de grande qualidade, mas nos juvenis já houve maior contenção. Mas a ideia é que muitos desses singrem no futebol sénior. Por causa desta crise do futebol, isso é fundamental. Mas as condições melhoraram muito nos últimos anos. Lembro-me de treinar e jogar no Paço... no Barcouço. Hoje, quando vamos para o Luso, ao menos é para trabalhar em relvado, mas agora imaginemos o que era fazer esses quilómetros para treinar em pelado. O apoio que tem surgido na direcção tem dado prioridade aos juniores, mas se fosse feita uma escala de prioridades, a seguir aos juniores seriam as equipas A dos escalões mais abaixo... e nem sempre foi assim. O que terá faltado foi mais apoio dentro da estrutura do futebol de formação, nomeadamente de quem coordena.
Onze anos depois de ter iniciado a sua carreira de treinador na Académica... o que fica? Tenho 50 por cento da minha vida passada na Académica. Entrei com 10 anos, porque não havia escolinhas quando cheguei à Académica e comecei então a jogar futebol. Já me disseram que saí pela porta pequena, mas outros disseram que saí pela grande, pelos amigos que fiz e pelo que ajudei a Académica. Eu penso que saio, acima de tudo, por uma porta de injustiça e ingratidão. E é uma saída que me deixa muita mágoa. Sair assim, muito mais na formação, a meio de uma época, só pode deixar alguém desta forma. Acho que não há memória de algo parecido e com o Germano e Hassan aconteceu, porque foram eles que quiseram sair. Se saio pela porta grande, só mesmo pelas mensagens de apoio que tenho recebido. E agradeço esse apoio, nos últimos dias e que recebi ao longo do meu percurso. De ex-atletas a ex-colaboradores, que me fazem pensar, sobretudo os ex-atletas, que tudo valeu muito a pena. A instituição é uma coisa e as pessoas são outras. Agradeço a oportunidade que a Académica me deu e o orgulho que isso me deixa.
O regresso à Académica está em equação? Acho que sim. Se calhar não com estas pessoas ou com este vice-presidente para a formação. Mas está no meu horizonte o regresso, porque me fiz homem na Académica. Foi lá que cresci como jogador e depois como treinador. Colaborei na formação de miúdos de todas as idades. Vejo a Académica como a minha casa no futebol. Sentia sempre e sinto ainda alguma curiosidade de treinar seniores, mas a formação é totalmente diferente e fascina-me.
O plantel pode ser prejudicado com estes acontecimentos? Estes miúdos ficaram muito tristes. Houve lágrimas no balneário. Mas sempre lhes disse que a maior parte das situações que se passavam connosco faziam parte da formação, porque era isso e será isso que eles vão encontrar nos juniores e seniores. Há jogadores com muita qualidade e muito fortes mentalmente e acho que a base de trabalho que deixámos é mais do que suficiente para eles conseguirem o resultado que nós iríamos conseguir. Já não perdíamos desde o jogo com o Boavista, até à derrota do fim-de-semana antes do Natal, com o FC Porto. E já não perdíamos antes do Boavista, desde o jogo com o Beira-Mar, à 4.ª jornada, em que jogámos toda a 2.ª parte com 10. Desejo-lhes que atinjam os objectivos aos quais nos tínhamos proposto. Por isso digo que foi precipitado, injusto e ingrato. E só estando muito envolvido com a Académica, posso ter tanta mágoa na hora da saída.
Recebemos por parte da Haloscan, o pedido de pagamento da quantia de $9,99 para podermos continuar a usufruir dos comentários no nosso blogue. O pagamento incluía a migração dos nossos comentários para a plataforma Echo, que iria melhorar em muito o blogue. Feito então esse pagamento, temos agora que ser pacientes até que os comentários passem para a dita plataforma. Assim pedimos a compreensão aos nossos leitores para o tardar da publicação dos seus comentários. Continuação de Boas Festas.
Neste momento, já dá para comentar neste post. No entanto em relação aos outros o Haloscan ainda está a fazer a actualização.
Os órgãos de comunicação, fazem nos dias de hoje a opinião de muito dos seus leitores. No entanto, se há acontecimentos que dadas as suas múltiplas vertentes, podem ter as mais variadas interpretações, sujeitando-se por isso a esses "fazedores" de opinião, outros há que a leitura só pode ser uma. Outra qualquer será errada, dado o seu carácter histórico ou cientifico.
Tenho assistido nos últimos dias a vários inquéritos e propostas de eleições, nos mais variados órgãos de informação, a propósito segundo estes, do términus da 1ª década do século XXI. O Record propõe-se eleger o atleta da década e até o insuspeito Expresso afina pelo mesmo diapasão e publica, na sua revista única, uma análise a uma década a que chamam única.
Ora meus caros, como todos sabemos, historicamente não existiu ano ZERO. Assim sendo e como um século são cem anos, o ano 2000 ainda pertence ao século XX. 2001 é pois o primeiro ano do novo século, sendo por isso o primeiro da 1ª década. Ora como uma década são 10 anos, só no dia 31 de Dezembro de 2010 é que a primeira década do século XXI terminará. Aí sim poderemos fazer balanços e eleições.
O que motivará então estes órgãos de comunicação a ir por este erro Crasso? É para mim um mistério a que só a palavra ignorância consegue responder.
Pejo, treinador de Guarda redes da Briosa deixou o futebol Juvenil da Académica para abraçar um convite de Álvaro Magalhães que vai para Angola treinar o Interclube. É pois mais uma baixa de vulto no futebol de formação da Briosa. Os pardalitos agradecem ao Pejo toda a dedicação prestada ao longo destes anos todos em prol da formação e desejam-lhe muitas felicidades nesta sua nova aventura, esperando que um dia ele possa regressar a uma casa que é sua.
Não são conhecidos os motivos da saída do professor Rui Silva, percebendo-se apenas que a iniciativa partiu da Académica e que por resultados não pode ter sido. Falar de resultados, na formação, é falar de algo completamente diferente, que só entende quem tem vocação para trabalhar na área, mas mesmo pelos outros não pode, de facto, ter sido: 5º lugar, num campeonato de 12 equipas, a quatro do pontos do 3º. Derrotas apenas com Boavista, com o líder FC Porto (duas) e ainda com o Beira-Mar, esta um mais do que evidente acidente de percurso. Porque o resto são, a oito jornadas do fim da primeira fase, oito vitórias e dois empates. Certo é que, durante a década de serviço à Briosa, Rui Silva, um antigo jogador da casa, obteve sempre resultados, mesmo quando as condições eram poucas – ou nenhumas. Por isso, esta é uma notícia estranha. Digo-o porque, no início da minha carreira no jornalismo, tive o privilégio e o prazer de acompanhar muitos dos jogos das suas equipas, a maior parte dos quais disputados em Barcouço, onde testemunhei bom futebol, competência, organização, fair-play, onde vi espírito de grupo e união, onde vi Académica. A Académica não pode dispensar quem faz por mantê-la viva e, infelizmente, não é a primeira vez que cai neste erro. Que seja a última.
PS1. A Académica não perdeu só Rui Silva. Perdeu também Vítor Severino, seu adjunto, um dedicado e competente jovem técnico. A Tiago Conde, até aqui número dois de Vaz Pinto nos juniores, reconheço empenho, esforço e gosto pela modalidade. Que tenha sorte.
PS2. Esta decisão, que penso que deveria ser publicamente explicada, apenas ensombra o bom trabalho que a Académica está a desenvolver na formação. Há jogadores internacionais, promessas que a instituição pode e deve aproveitar, e há bons resultados – juvenis incluídos.